PINTO, Aureliano de Figueiredo

Natural de Tupanciretã (RS), fazenda São Domingos, em 01 de agosto de 1898 - 22 de fevereiro de 1959. Filho de Domingos José Pinto e Marfisa Figueiredo Pinto. Aprendeu a ler e a escrever com a mãe e mais tarde, aos dez anos, foi Colégio Santa Maria, na cidade de Santa Maria (RS), onde já escrevia seus primeiros poemas. Em 1914, publicou poemas seus, classificados em concursos da revista Reação, que tinha Walter Jobim como diretor. Aos 18 anos mudou-se para Porto Alegre. A ideia inicial era preparar-se para o curso de Direito, mas acabou optando pela Medicina. Nessa época, publica poemas no Correio do Povo. Seguiu para o Rio de Janeiro, em 1924. Foi lá que cursou os dois anos iniciais da faculdade de Medicina e escreveu o poema “O mar visto por um gaúcho”. Volta ao Rio Grande do Sul em curta temporada, retorna ao Rio com Antero Marques, e prossegue nos estudos. É também com Antero Marques que participa da Revolução de 1930 e, no primeiro destacamento, da Batalha de Itararé, aquela que nunca houve. Novamente no Estado, convive com amigos numa república de estudantes na Rua da Olaria, atual Lima e Silva. Forma-se, no ano de 1931, na Faculdade de Medicina de Porto Alegre. Sua tese de graduação é dedicada aos amigos, dentre esses, Cyro Martins. A obra literária de ambos guarda grandes afinidades. Um ano depois, passa a atuar como Santiago do Boqueirão (atual Santiago - RS). Chegou a ser convidado para a chefia da cátedra médica na Faculdade de Medicina em Porto Alegre, mas preferiu permanecer no interior. Dirigiu o Posto de Saúde de Santiago (RS), em 1937. Em 1938, casa-se com Zilah Lopes; terão filhos: José Antônio, também médico, Laura Maria e Nuno Renan. Foi fundador do Hospital de Caridade de Santiago. Em 1941, assume a subchefia da Casa Civil no governo do interventor Cordeiro de Farias e vai a Porto Alegre, onde permanece por dois anos. Retorna a Santiago. Em 1946, Flores da Cunha quer seu nome entre os candidatos a deputado estadual, porém não aceita o convite. Em 1957, é um dos co-fundadores, ao lado do irmão José de Figueiredo Pinto, da Estância da Poesia Crioula. Em 1959, publica “Romances de Estância e Querência", ``Marcas do Tempo', pela Editora Globo. Faleceu poucos dias depois da publicação, em decorrência de um câncer. Em 1963, a Editora Sulina publica Romances de Estância e Querência II e, em 1973, graças ao trabalho do editor Carlos Jorge Appel, a Editora Movimento lança Memórias do Coronel Falcão, seu único romance. Mais tarde, Noel Guarany, autorizado pela família, musica os poemas de Aureliano. Bisneto de Farroupilha e Canto do Guri Campeiro são incomodados pela censura. Em 1996, é novamente Carlos Jorge Appel quem recebe, através do filho de Aureliano, José Antônio de Figueiredo Pinto, os poemas inéditos contidos num único caderno, com o título de Itinerário – poemas de cada instante. Em Itinerário, a natureza da campanha, os hábitos, costumes, a linguagem do gaúcho, dos primeiros livros, cede espaço à paixão, os largos horizontes dos campos dão lugar ao mundo interior.

https://gauchazh.clicrbs.com.br/cultura-e-lazer/almanaque/noticia/2020/07/o-legado-de-aureliano-de-figueiredo-pinto-medico-poeta-e-escritor-ckdarnt50001t0147kov7ag3a.html

http://academiademedicinars.com.br/cadeiras/aureliano-de-figueiredo-pinto/