Natural de Cruz Alta (RS), 16 de abril de 1913 – Porto Alegre (RS), 10 de maio de 1989. Filho de Dario Silveira e Cândida Gomes da Silveira. Estudou o secundário com os Maristas na cidade de Santa Maria (RS). Formou-se pela Faculdade de Medicina de Porto Alegre, em 1935. Nos tempos de estudante, trabalhou em jornais: Sul Brasil, em Santa Maria e Diário de Notícias, na Capital do Estado, exercendo as funções de como revisor, repórter, redator. Recém-matriculado na Faculdade de Medicina, participou da Revolução de 1930, nas forças do General Flores da Cunha. Após a formatura viajou para o Rio de Janeiro para especializar-se em Ginecologia, onde foi Assistente do Serviço de Ginecologia e Cirurgia Geral de Mulheres da Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro, sob a direção do Professor Jayme Poggi, seu padrinho de batismo. Médico ginecologista, atuou em Porto Alegre (RS), após passagem por Caxias do Sul (RS). Foi livre-docente e catedrático da Faculdade em que se formou de 1939 a 1955, da qual pediu demissão. Organizou os serviços de Ginecologia e foi professor titular nas Faculdades Católica (hoje Universidade Federal de Ciências da Saúde) em 1963, e da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul sendo o primeiro professor titular de Ginecologia, em 1973. Organizou cursos extracurriculares e mantinha-se atualizado e sempre em atividade. Teve mais de uma centena de trabalhos científicos publicados no Brasil e no exterior, publicou três livros da especialidade e muitos capítulos para livros clássicos no Brasil, França e Alemanha. Ocupou cargos na Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre e nas entidades médicas. Chefe do Departamento de Câncer Ginecológico do Centro Regional de Cancerologia da Secretaria da Saúde e Assessor da Divisão Nacional do Câncer, do Ministério da Saúde. Foi tradutor de obras literárias como a Comédia Humana, de Balzac. Nos anos cinquenta participou de política partidária e foi presidente do Diretório Estadual do Partido Socialista Brasileiro. É patrono da cadeira 37 da Academia Sul-Rio-Grandense. Poeta e romancista. Entre as obras publicadas estão: Pompéia Ressurgida, versos, P. Alegre, Globo, 1929 aos 16 anos de idade. Endometriomas do Ovário, tese de doutoramento, P. Alegre, 1935. Uma Experiência de Amor, romance, P. Alegre, Globo, 1946. Higiene Íntima da Mulher, de Leonor W. Chalmers, traduziu, ibid, 1947. “As flores de Nossa Senhora”, Província de São Pedro, P. Alegre, n.3, 1945. Em 1936, a 20 de julho, casa-se com Cely Tavares Py, filha do Prof. Aurélio de Lima Py, Catedrático de Clínica Médica da Faculdade de Medicina de Porto Alegre, e de Celina Piegas Tavares. O casal teve quatro filhos: o arquiteto Roberto Py Gomes da Silveira, o médico Gustavo Py Gomes da Silveira, o aeronauta Eduardo Py Gomes da Silveira e o advogado Ricardo Py Gomes da Silveira.
FRANCO, Álvaro; RAMOS, Sinhorinha Maria. Panteão Médico Riograndense: síntese cultural e histórica. São Paulo: Ramos e Franco Editores, 1943, p.56
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