SOARES, Eduardo Barcellos

Foi diplomado pela Faculdade de Medicina de Porto Alegre, em 1907, defendendo a tese: “Contribuições para o Estudo dos tumores congênitos do crâneo”. Em 1906 teve sua tese reprovada por quatro a um e não concordou com as notas da banca e entrou com um recurso à Congregação. Recebeu o apoio imediato dos Profs. Sarmento Leite, Moysés Menezes e Mario Totta, afirmaram que a tese era adequada. Mas o delegado fiscal afirmou que tudo ocorreu normalmente durante o concurso e não cabia recurso à Congregação. Os alunos revoltaram-se e, em passeata até a praça da Alfândega e emitiram nota de repúdio à banca. A Congregação reuniu-se novamente e submeteu os alunos a responderem quesitos na Diretoria da Faculdade, com a única finalidade de localizar os responsáveis pelos acontecimentos. Compareceram 114 alunos, mas 100 responderam não conhecer os fatos alegados. A Congregação reuniu-se novamente e suspendeu por um ano os 100 alunos, Sarmento Leite e outros professores votaram contra a decisão da Congregação. A maioria dos alunos viajaram para o Rio para concluir os estudos, pois era permitido na época. E Sarmento Leite abraçado com Reynaldo Geyer foi até o navio se despedir. Sarmento e familiares dos alunos suspensos, impetraram ao Ministério da Justiça e Ensino da República sobre os fatos. Semanas após estes fatos, que eram divulgados e discutidos por toda a imprensa, o Ministro baixou uma -decisão, anulando as Atas da Congregação, no ano seguinte, defendeu a tese e em 1907 somente dois doutorandos se formaram: Catharino Raphael de Azambuja e Eduardo Soares de Barcellos. Exerceu a profissão em São Francisco de Assis (RS).

FRANCO, Álvaro; RAMOS, Sinhorinha Maria. Panteão Médico Riograndense: síntese cultural e histórica. São Paulo: Ramos e Franco Editores, 1943, p.569

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