LOMBROSO, César

Natural de Verona (Itália), 6 de dezembro de 1835 - 9 de outubro de 1909, Turim (Itália). Diplomou-se médico pela Faculdade de Medicina de Pavia (Itália), em 1858, e, em cirurgia, na Universidade de Gênova, em 1859. Transferiu-se para Viena, onde ampliou seus estudos e conhecimentos alicerçados no pensamento positivista de Augusto Comte. Durante um período foi oficial-médico. Posteriormente foi diretor de um hospital psiquiátrico em Pádua de 1871 a 1876, ano em que foi aprovado para a cadeira de Higiene e Medicina Legal da Universidade de Turim. Também foi professor de Psiquiatria e de Medicina Legal nas universidades italianas de Pádua e Turim. Publicou em 1859 "Memória sobre as Feridas e as Amputações por Armas de Fogo", considerado um dos mais originais. Suas observações voltaram-se, logo, para as preocupações antropológicas. Em 1862, em Pavia, inicia um curso de psiquiatria e no ano seguinte transforma-o em curso de "clínica das doenças mentais e de antropologia". Em 1864, ficou internacionalmente conhecido por seu livro "Gênio e Loucura", traduzido em vários idiomas. Em 1867, escreveu "Ações dos Astros e dos Cometas sobre a Mente Humana" e no ano seguinte "Relações entre a idade, as posições da lua e os acessos das alienações mentais". Foi um dos fundadores e um dos mais entusiastas da criminologia - ciência empírica que se ocupa do crime, do delinquente, da vítima e do controle social dos delitos. A criminologia é uma ciência multidisciplinar da qual fazem parte os conhecimentos de biologia, sociologia, psicologia onde Lombroso fez seus estudos que ficaram conhecidos como Antropologia Criminal. A sua obra mais famosa intitula-se L'uomo delinquente (1876). Nesta obra, aborda a gênese do crime de um ponto de vista evolutivo e positivista. Para o efeito, estuda o crime e a prostituição entre os "selvagens", chegando mesmo a examinar determinados comportamentos das plantas e dos animais. Estuda também a loucura moral e o crime infantil. Contudo, a parte mais importante da obra é consagrada ao estudo da anatomia patológica e da antropologia criminal. Examina centenas de crânios e milhares de indivíduos e reproduz estudos sobre o crânio, bem como sobre diversas anomalias cranianas. Concluí que os grandes criminosos apresentavam uma fossa occipital semelhante à dos vertebrados superiores. Ou seja, defende que o bandido é um ser atávico, do ponto de vista físico, e que se poderiam encontrar reminiscências de raças primitivas entre os criminosos natos. Academicamente a criminologia começa com a publicação desta obra cuja tese principal era a do delinquente nato, com seus fenótipos estereotipados. Estudou pela primeira vez, as relações entre o homem e o crime. Lombroso entendia que o criminoso nato é um doente, que se poderia distinguir por alguns sinais de degenerescência, tais como: maxilar inferior largo, fronte baixa e inclinada para trás, implantação baixa dos cabelos. Tentou provar a interligação entre a genialidade, a loucura e a epilepsia. Ao impor à justiça a obrigação de conhecer o homem delinquente, lançou as bases da antropologia criminal. Acreditava que os fora da lei nasciam com uma predisposição ao crime. A partir da análise e medição de algumas partes do corpo, Lombroso afirmava ser possível prever qual tipo de crime aquela pessoa realizaria. Durante as décadas de 30 e 40, na Alemanha, os nazistas utilizaram as ideias de Lombroso para classificar os judeus e outras raças como inferiores e propensos ao crime. Em meio a suas pesquisas sobre a mediunidade iniciou por estudar o fenômeno sob o aspecto positivista de comprovação factual - tal como noutras partes fizeram outros cientistas da época, vários deles imbuídos dos ideais positivistas - e ao final conclui pela comprovação científica e fenômenos estudados Tornou-se então um defensor do Espiritismo na Itália de seu tempo, como o fizeram várias correntes dos movimentos positivistas da época.

 

OLIVEIRA, Domerio. Cesar Lombroso Diante do Espiritismo. In:  jornal Verdade e Luz, nº 186, de julho de 2001. http://www.feparana.com.br/topico/?topico=501 acesso em 26 de julho de 2021.

LAITANO, Genaro; LAITANO, Nicolau; Ruas de Porto Alegre: MÉDICOS HOMENAGEADOS com seus nomes. Porto Alegre: EST Edições, 2017. p. 88-90.

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