Natural da Freguesia de Nossa Senhora do Desterro de Campo Grande (Fazenda Mendanha/RJ), 24 de julho de 1797 - 11 de novembro de 1874, no Rio de Janeiro. Filho de João Freire Alemão (lavrador) e Fabiana Angélica do Espírito Santo. Foi sacristão na Capela da Fazenda Medanha (RJ), onde aprendeu os primeiros rudimentos da língua latina com o Padre Francisco Couto da Fonseca. Foi sacristão, aprendeu a língua latina, entrou para o Seminário de São José, onde completou em cinco anos o curso de estudos elementares. Em 1821 tornou-se professor, não seguindo, porém, a carreira eclesiástica. Com auxílio de Antônio, seu irmão mais velho, enfermeiro na Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro, cursou a Faculdade de Medicina. Diplomou-se como cirurgião pela Academia Médico-Cirúrgica do Rio de Janeiro, em 1827, assim como doutorou-se em medicina na Universidade de Paris, em 1831, com a tese “Dissertation sur le Goitre”. Retornando ao Brasil atuou como Médico particular de D. Pedro II e Médico da Imperial Câmara em 1840. Em 1843, integrou a comitiva imperial encarregada de acompanhar a vinda da então princesa D. Teresa Cristina, noiva do Imperador brasileiro, de Nápoles ao Rio de Janeiro. Entre 1859 e 1861, foi chefe da seção Botânica da Comissão Científica de Exploração proposta pelo Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro. A Comissão foi um dos marcos para a afirmação de uma ciência nacional, ou seja, feita por brasileiros a fim de conhecer temas brasileiros. Atuou como professor de Botânica Médica Zoológica na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, na Escola Central Militar e na Academia Militar. Foi médico do Conselho de Sua Majestade, sendo Membro Honorário da Academia Imperial de Medicina. Em 1833 conquistou a condição de lente de Botânica e tornou-se um dos maiores botânicos brasileiros. Catalogou e registrou mais de 20 mil plantas que trouxe do Ceará. A Coleção Freire Alemão – guardada pela Divisão de Manuscritos da Fundação Biblioteca Nacional – é composta por estudos e desenhos sobre medicina e botânica; notas de expedições e pesquisas; diários pessoais; correspondência enviadas pelo titular e recebidas de diversas personalidades da História brasileira; documentos referentes a escravos; arquivos referentes à expedição ao Ceará, com desenhos de Reis de Carvalho. Dentre suas atividades, em 1849 elaborou um projeto, a pedido do Ministério da Guerra, para um manejo sustentado das florestas; em 1850 fundou a Sociedade Velosiana de Ciências Naturais, no Rio de Janeiro; publicou um trabalho denominado Flora Cearense quando presidiu a Comissão Científica, que realizou vários estudos no Ceará; propôs a elaboração de uma Carta Geral do Estado Primitivo do Brasil, que produziu memórias sobre grupos indígenas; entre 1866 e 1874 esteve à frente do Laboratório de Química do Museu Nacional. Foi até o fim de sua vida, diretor do Museu Nacional. Sua obra, em grande parte inédita, encontra-se na Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro, cujos Anais relacionam no volume 81 seus manuscritos. Foi o primeiro presidente da Sociedade Partenon Literário, fundada na cidade de Porto Alegre, em 1868, entidade que precedeu a criação da Academia Brasileira de Letras, na cidade do Rio de Janeiro. Recebeu o título de Oficial Comendador da Ordem da Rosa; Cavaleiro de Cristo; Cavaleiro da Ordem Napolitana de Francisco 1º, Presidente da Sociedade Valenciana; Membro Honorário da Academia Imperial de Medicina do Brasil; Diretor do Museu Nacional. Entre suas publicações: escritos e relatórios: Trabalho da Comissão Científica de Exploração - 3 vols., 1861. As Quinas de Patayó, 1847. Descrição das Plantas, 1849. Breve Notícia sobre a Coleção de Madeiras do Brasil, 1857. Exercícios Botânicos, 1851. Estudos Botânicos, 17 vols., 1834-1866. Quais as Principais Plantas que se Acham Aclimatadas no Brasil. Descrição do Vaginulus Reecluss, 1857. Polígala Acuminata, 1862. (1-2). Trabalhos da Comissão Científica de Exploração — 3 vols., 1861.
DI RUSSO, Berlane. Nome de Rua - Personagens e Lugares das Ruas de Porto Alegre. Porto Alegre: EST Edições,2002, p.113.
Dicionário Histórico-Biográfico da Saúde no Brasil (1832-1930), Casa de Oswaldo Cruz/Fiocruz. Arquivos da Academia Nacional de Medicina. http://www.dichistoriasaude.coc.fiocruz.br/iah/pt/verbetes/cisfranfrei.htm Acesso em 14 de janeiro de 2022.
http://bndigital.bn.gov.br/francisco-freire-alemao/ acesso em 03 de agosto de 2021.
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LAITANO, Genaro; LAITANO, Nicolau; Ruas de Porto Alegre: MÉDICOS HOMENAGEADOS com seus nomes. Porto Alegre: EST Edições, 2017. p. 147-149.