Natural de Cachoeira do Sul (RS), 23 de agosto de 1851 - 29 de janeiro de 1916, em Porto Alegre (RS). Filho de Vicente Loretto de Barcellos e Joaquina Idalina Pereira de Lacerda. Iniciou seus estudos em Cachoeira do Sul (RS) e, finalizou em Porto Alegre (RS), onde cursou humanidades. Diplomou-se em Medicina pela Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, em 1874, defendeu a tese “Alianças Consanguíneas e sua Influência sobre o Físico, o Moral e O Intelectual do Homem”. Retornou para Cachoeira do Sul (RS), e atuou como clínico geral. Iniciou sua carreira política no Partido Liberal, elegendo-se Deputado Provincial por várias legislaturas. Em 1881 foi chefe dos serviços de Clínica Cirúrgica da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre e também ocupou o cargo de Provedor desta instituição. Foi Superintendente das obras da Barra do Rio Grande, Superintendente da Fazenda do Estado (1889-1890). Escreveu para o jornal “O Novo Mundo” utilizando o pseudônimo de Amaro Juvenal. Também escreveu para o jornal “A Federação” publicando sua carta a D. Isabel, em que ataca a política vigente no Brasil. Trabalhou no Uruguai como Ministro Plenipotenciário tratando da questão do contrabando (1890-1891). Em 1891 foi eleito Senador. Participou da Revolução de 1893 ao lado de Pinheiro Machado e recebeu a patente de Coronel do Exército. Realizou viagens de estudo para Europa. Em 1895 investiu na indústria do charque com o estabelecimento à margem do rio Jacuí denominado “A Meridional”. Novamente se elegeu Senador (1900 a 1906). Apresentou, em 1902, o projeto instituindo nova moeda: o cruzeiro. Contribuiu para o Plano Ferroviário do estado e para a abertura da Barra de Rio Grande. Também lutou a favor da vacinação em 1904 e escreveu artigos no jornal “Correio do Povo” sobre a peste bubônica em Porto Alegre, assinando com o pseudônimo de Dr. Raphael de Mattos. Publicou: A revolução de 1835 no Rio Grande do Sul (1881); Lições de Clínica sobre Febre Amarela (palestra proferida na Fac. Medicina do Rio de Janeiro sob a análise do Professor J. V. Torres). Também foi Professor de Propedêutica da Faculdade de Medicina de Porto Alegre (1901). Em sua homenagem na cidade de Porto Alegre (RS) há uma rua que atravessa os bairros: Floresta, Independência, Bom Fim, Petrópolis, que leva seu nome. Casou-se com Maria José Gomes Lisboa.
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