CALDRE E FIÃO, José Antônio do Vale

Natural de Porto Alegre (RS), 15 out. 1821 – 19 mar. 1876, Porto Alegre (RS). Filho de José Antônio do Vale e Inácia Joaquina de Almeida Vale. Órfão de pai aos dois anos de idade, aos treze anos, em 1834, teria começado a trabalhar numa farmácia de Porto Alegre (RS). Em 1837, aos 16 anos, requereu e foi admitido como Auxiliar de Botica da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre (RS). Com a chegada de um novo boticário do Rio de Janeiro, foi despedido em fevereiro de 1838. Em 1843 seguiu para o Rio de Janeiro, e lá participou de periódicos, escreveu livros científicos, poemas e textos teatrais. Atuou como professor em um colégio de moças, enquanto estudava Medicina Homeopática na Escola Hahnemanniana de Medicina no RJ, onde foi também lente substituto de Farmácia no Liceu Médico Homeopático. Em 1949, lecionou no Colégio da Estrela, para meninas, no RJ. Em seu currículo constava ser professor de Francês, Italiano, Latim e Filosofia (Moral e Racional), Ciências Naturais e Física. Formou-se em Medicina pela Faculdade de Medicina do RJ em 1851, com a tese “Considerações sobre os três pontos dados pela Faculdade de Medicina do RJ: 1- Quais as condições para que a água seja potável? Meio de reconhecer o ferro nas águas ferruginosas: quais os estados em que ele se acha. 2. - Versão e evolução espontânea. 3. - heterogênea.” Foi membro do Instituto Homeopático do Brasil, fundador e membro efetivo do Liceu Médico-Homeopático, lente substituto da mesma escola e redator-chefe da Enciclopédia dos Conhecimentos Úteis. Retornou ao Rio Grande do Sul em 1852 estabelecendo-se em uma chácara em São Leopoldo (RS). Foi um dos fundadores da Sociedade Pártenon Literário e seu presidente. Também atuou como Deputado Geral, pelo Partido Liberal-Progressista, em 1855, e tornou-se membro do Instituto de História e Geografia da Província de São Pedro. Em 1866, Caldre e Fião destacou-se no combate à epidemia de cólera. Publicou nos seguinte periódicos: “O Americano” RJ, 1849-1850; “O Philantropo” (redator), RJ, 1849-1851; “A Rosa Brasileira”, RJ, 1849-1851; “O Rio-Grandense”, Rio Grande (RS), 1852; “O Pelotense”, Pelotas (RS), 1852; “O Conciliador” (redator), Porto Alegre (RS), 1858; “Revista Mensal do Phartenon Litterário”, Porto Alegre (RS), 1868-1876; “A Reforma”, (redator - Jornal Liberal de Silveira Martins), Porto Alegre (RS), 1871; Discursou na sessão magna de 19 de jun. de 1869 do Parthenon. In: Revista do Parthenon Literário; “O escravo brasileiro”, poesia; “A libertação das crianças”, crônica; “Esboço biográfico de Rita Barém de Mello”; “Ibicuí-Retan”, topografia e etnografia; “Padre Feliciano J. R. Prates” escorso biográfico; “Um lírio”, poesia; “Canção da filhinha”, poema; “A Múcio Teixeira”, poesia; “Canto à cítara”, poesia; “Joaquim M. de Lisboa”, esboço biográfico; “Dona Luciana T. de Abreu”, biografia; “ Um amor”, poesia; “Manoel de A. Porto Alegre”, comentário; “A aurora”, poema; “A manhã”, poesia; “O passeio”, poema; “O incógnito”, poesia; “O canto do cisne”, poesia; “O adeus”, poema; “Conde de Porto Alegre”, escorço biográfico; “Clotara”, poesia; “O despertar da alma”, poesia, e “A dália”, poesia. Publicou as obras: “Elementos de pharmácia homeopática para uso da Escola de Medicina Homeopática do RJ e da curiosa mocidade brazileira e portugueza que quizer estudar este ramo da sciência médica”. RJ: Typographia Brasiliense de F.M. Ferreira, 1846; “A Divina Pastora: Novela Rio-Grandense”. Rio de Janeiro, 1847. 2 vols., 188 e 200p. RJ; “Elogio dramático ao faustosíssimo batizado do Príncipe Imperial Dom Pedro” Typographia M.da Silva Lima, 1848, 16p.; “Ramalhete Poético dos excelentes versos recitados na Bahia, por ocasião de ali se achar e representar o insigne artista brasileiro João Caetano dos Santos”. RJ: Tip. Fluminense de Rego & Cia. 1848, 52p.; “Memória sobre a convivência de adotar-se no Brasil o projeto de um estabelecimento agrícola, que foi formulado pela Sociedade Ginásio Brasileiro, e algumas outras importantes medidas etc.” In: O Auxiliador da Indústria Nacional, RJ, nº 5, out. de 1850; “O Corsário: romance rio-grandense”. RJ: Typographia, 1851. Ainda em vida, Caldre e Fião teve seu nome dado a uma rua de Porto Alegre e a um bairro de São Leopoldo. Casou-se em 1849, no RJ, com Maria Isabel Lemos, Professora e não tiveram descendentes.

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REMEDI. José Martinho Rodrigues. Palavras de Honra: um estudo acerca da honrabilidade na sociedade Sul-Rio-Grandense do século XIX, a partir dos romances de Caldre e Fião. Tese de História. UNISINOS, 2011.

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