ESPÍRITO, Poli Marcelino

Porto Alegre (RS), 3 jan.1903 - Falecido em Porto Alegre (RS). Filho de Poli Adolpho Victorio e Jesuína Faller Poli. Estudou no Sanct Joseph Schulle, tendo sido alfabetizado em alemão pelos irmãos maristas que dirigiam a escola. E aos oito anos foi residir em Estrela, em razão da enfermidade da mãe. Com o falecimento de Jesuína (mãe), voltou a Porto Alegre, indo residir com os padres palotinos numa chácara da Tristeza. Ali, além dos estudos usuais, aprendeu um pouco de agricultura e a fazer vinho. Ficou por dois anos. Aos 15 anos ingressou na oficina de automóveis Virgílio Zani & Irmãos, na Rua da República, e estudava à noite, no Parobé, anexo à Escola de Engenharia. Aos 19 anos foi trabalhar na Garagem Porto-Alegrense. Atuou como concursado na Secretaria do Interior e Exterior do Estado do RS ao mesmo tempo que fez os “preparatórios” para a Faculdade. Nesse tempo, teve o primeiro contato com as realidades das escolas públicas estaduais e esse conhecimento, resultado de levantamento de dados, fê-lo propor soluções e aprofundar estudos que acabaram por ser a base sobre a qual versou sua tese de Doutor em Medicina. Integrou também o Tiro de Guerra: o Tiro 4, onde praticou esporte - esgrima e tiro ao alvo. Mecânico durante o dia, estudante durante a noite, esportista e militar nos intervalos, obteve o seu certificado de reservista da Infantaria. Ganhou muitos troféus, entre os quais um relógio Cyma, de ouro, como campeão estadual. Também na prática da esgrima obteve muitas medalhas. Integrou a Primeira Turma do CPOR, recebendo a Espada de Aspirante a Oficial. No CPOR, cultivou a arte da equitação, tendo participado inúmeras vezes de competições de saltos a cavalo, atividade que durante muitos anos manteve com enorme prazer. Formou-se pela Faculdade de Medicina de Porto Alegre em 1931. Durante a Segunda Guerra Mundial, depois que a primeira leva de pracinhas foi à Itália, ele foi convocado e destacado para o Quartel de Cavalaria de São Gabriel (RS). Diga-se que, embora médico, lá estava na condição de Primeiro Tenente Combatente.Quando esperava que fosse dada a ordem de embarque para a Europa, a guerra acabou. É detentor da Medalha do Pacificador, alta condecoração que o Exército concede àqueles que prestam serviços relevantes. Médico sanitarista, trabalhou no Serviço de Proteção à Infância, foi designado para uma chefia do Departamento Estadual de Saúde e propiciou a criação da Creche Nossa Senhora dos Navegantes, atendendo o Consultório de Higiene Infantil. Nesse Centro, foi designado Diretor pela Comissão Estadual da Legião Brasileira de Assistência, de acordo com o Círculo Operário Porto-Alegrense. Em 1945, regeu a cadeira de Higiene Pré-Escolar e a Escola do Curso de Visitadoras Sanitárias. Foi nomeado pelo interventor Ernesto Dornelles para o cargo de Diretor do Departamento de Proteção à Maternidade e à Infância. Foi chefe do Serviço de Higiene Escolar do Diretoria Estadual de Saúde. Foi o primeiro chefe do Departamento de Medicina Social da Faculdade de Medicina da UFRGS (1971). Também lecionou Botânica no Colégio Rosário, Higiene no Colégio Americano, Higiene Social no Colégio da Educação Familiar. Foi professor e fundador da cadeira de Higiene da Escola de Educação Física (ESEF), mais tarde integrada à Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Foi também professor de Anatomia na Escola Superior de Educação Física, na Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul e professor titular de Fundamentos Biológicos da Educação. Ministrou a Cadeira de Saneamento da Faculdade de Enfermagem e Obstetrícia “Madre Anna Moeller”. Aposentou-se como chefe do Departamento de Medicina Preventiva, Saúde Pública e Medicina do Trabalho da UFRGS. Recebeu o título de Professor Emérito da PUCRS. Realizou conferências e participou de jornadas, congressos e cursos. Publicou: “Assistência médica aos escolares”, em colaboração com a Dra. Estela Budianski, In: FRANCO, Álvaro; RAMOS, Sinhorinha Maria. Panteão Médico Riograndense: síntese cultural e histórica. São Paulo: Ramos e Franco Editores, 1943, p.204-206; Contribuição para a higiene escolar no estado do Rio Grande do Sul. Tese inaugural da Cadeira de Higiene. Porto Alegre: Livraria do Globo. Casou com Maria Izolina Barros Hofmeiter e tiveram 7 filhos: Maria Virgínia, José Luís Espírito, Carlos Antônio Espírito, Maria Lurdes, Frederico Espírito, Marcellino e João Batista.

P.L.L. N. 0223/05 - Vereador João Carlos Nedel - Prefeitura Municipal de Porto Alegre http://200.169.19.94/processo_eletronico/047692005PLL/047692005PLL.pdf

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