Natural de Grenoble (França), 20 de novembro de 1815 - 10 de maio de 1891, Uruguaiana (RS). Formou-se em Ciências Eclesiásticas no Seminário de Gap e foi ordenado presbítero em julho de 1840 e nomeado vigário de Gap (França). Obteve licença para vir para o Império do Brasil, e onde se tornou vigário encomendado da Paróquia de Sant’Ana da Vila Nova de Laguna (SC). Em 1843 transferiu-se para o Rio de Janeiro onde exerceu funções sacerdotais, a docência particular e estudou medicina no Instituto Homeopático do Brasil, formando-se em 1845 nas primeiras turmas e logo na sequência lecionando na Escola Homeopática. Transferiu-se para o Rio Grande do Sul assumindo a Paróquia de Alegrete (RS). No ano seguinte, naturalizou-se brasileiro e presta concurso para vigário colado da recém criada Paróquia de São Borja (RS), ao passar assume a Paróquia onde fica até 1874, concomitantemente administrando ainda à Paróquia de São Luiz Gonzaga (RS), por falta de vigário, de 1862-1872. Solicitou permissão do governo provincial e ao bispo para praticar a homeopatia e a abertura de um laboratório homeopático, para auxiliar a população que tinha pouco acesso a medicamentos de alopatia, além de serem escassos. No período de 1850 conviveu, com um botânico francês, Aimé Bompland, formado em medicina, clinicava em São Borja (RS), além de ter uma farmácia. Permaneceu em São Borja por 24 anos, deslocando-se para Uruguaiana (RS). Deixou estudos, sermões e publicou artigos em jornais: Itinerário resumido da viagem que acaba de fazer embarcado no rio Uruguai, desde a foz que nele faz o rio Passo Fundo até o Passo de São Borja, o sr. Joaquim Antônio de Morais Dutra, navegando 150 léguas no mesmo Uruguai, navegação em metade desconhecida até agora. In: Revista do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, tomo 21; Tratado de Teologia Moral. Os originais foram entregues em 1862, ao bispo do Rio de Janeiro, Conde de Irajá; História da República Jesuítica do Paraguai, desde o descobrimento do Rio da Prata até nossos dias, ano de 1861. Essa obra foi entregue pelo autor, em 1862 ao IHGB e publicada também na Revista do IHGB, tomo 26 (em 1942 foi feita por ordem do Dr. Getúlio Vargas a Segunda edição portuguesa pelo historiador Dr. Rodolfo Garcia diretor da Biblioteca Nacional); Invasão Paraguaia na Fronteira Brasileira do Uruguai, desde seu princípio até o fim (de 10 de junho a 18 de setembro de 1865). In: Jornal do Comercio do Rio de Janeiro e depois pela Tipografia Imperial Constitucional, de J. Villeneuve & Cia., 1867 Rio de Janeiro; Nouvelle Grammaire de la Langue Guarany et Tupy. Manuscrito original de 155 páginas; Manuel de conversation en français, portugais, espagnol et guarany. Manuscrito Original, 200 páginas; Notice sur les derniers annés de la vie du naturaliste Mr. Aimé Bompland, sur as mort, et son heritage scientifique. Rio de Janeiro, 1861; Compêndio de História Natural. (Cit. De Sacramento Blacke.); Petit Vocabulaire de la langue des Bougres Couronnés (Manuscrito original no IHGB); Invasão Paraguaia 1980 Instituto Estadual do Livro UCS. Articulou e fundou a primeira loja maçônica de São Borja (RS). SOUZA, Luciano Nunes Viçosa. Cônego João Pedro Gay e a disputa paroquial na São Borja Oitocentista (1849-1857).
https://editora.pucrs.br/edipucrs/acessolivre/anais/ephis/assets/edicoes/2017/arquivos/50.pdf
VOLKMER, Márcia Solange. Compatriotas franceses ocupam a fronteira: imigração e comércio na Fronteira Oeste do Rio Grande do Sul (segunda metade do século XIX). Tese de Doutorado. Porto Alegre: UFRGS, 2013.
WEBER, Beatriz Teixeira. Igreja, Homeopatia, Saúde: O Olhar de João Pedro Gay no Rio Grande do Sul no Século XIX. Anais do XXIV Simpósio Nacional de História. ANPUH: São Leopoldo, 2007.
WEBER, Beatriz Teixeira; DA SILVA, Jaisson. Padre Gay: um cônego ilustrado na campanha gaúcha. Estudos Ibero-Americanos, PUCRS, v. 38, n. 1, p. 144-160, jan./jun. 2012.