Natural de Cachoeira do Sul (RS), 2 de janeiro de 1886 – 14 de outubro de 1959, Porto Alegre (RS). Filho de José Gomes e Corina Godoi Gomes. Estudou no Colégio Nossa Senhora da Conceição, em São Leopoldo (RS). Ingressou na Faculdade de Porto Alegre em 1905 e cursou as três primeiras séries enquanto trabalhava no vespertino Petit Journal. Em 1908 adoeceu gravemente e teve de ser operado. Interrompeu os estudos e voltou para Cachoeira do Sul (RS), onde convalesceu e passou a ser secretário da prefeitura. Em 1909 retornou para Porto Alegre (RS). Diplomou-se Médico pela Faculdade de Medicina de Porto Alegre, em 1911. De 1910 a 1913 foi secretário particular do presidente do Estado, doutor Antônio Augusto Borges de Medeiros e assessorou o professor André da Rocha no Tribunal de Justiça. Em 1913 foi nomeado médico legista, cargo em que permaneceu até 1919, sob a chefia do professor João Pitta Pinheiro. Na Santa Casa de Misericórdia de Misericórdia de Porto Alegre, desenvolveu um Serviço de Neurologia na enfermaria do professor Luiz Massot, onde conheceu um jovem que se iniciava na Neurocirurgia, o Professor Elyseu Paglioli. Em 1919 licenciou-se dos cargos e fez viagem de estudos. Na Universidade de Paris dedicou especial atenção à Neuropsiquiatria e à Psiquiatria Forense, ligada à Medicina Legal. Teve orientadores como Pierre Marie, Babinski, Dupré e Laignel Lavastine. Também se interessou por outras áreas como Toxicologia, Anatomia Patológica, Traumatologia Forense e Psiquiatria Legal. Retornando para Porto Alegre (RS) trabalhou por dois anos como médico legista da Chefatura de Polícia. Propôs a criação do Manicômio Judiciário, do qual, em 1924, foi o primeiro diretor. Daí surgiu o atual Instituto Psiquiátrico Forense. Criou um posto para atendimento de psicopatas ligado à Assistência Pública da Intendência, precursora do Pronto Socorro Municipal. De 1924 a 1929, foi diretor do Manicômio Judiciário e, em 1925, tornou-se membro do Conselho Penitenciário do Estado. Lutou pela instalação de técnicas e tratamentos usados em Paris, Berlim e Viena, adaptando-os para o nosso meio. Foi Diretor do Hospital Psiquiátrico São Pedro, em Porto Alegre, de 1926-1932. Em 1932, por injunções políticas, foi demitido do cargo de diretor do Hospital Psiquiátrico São Pedro e proibido de entrar no hospital. Foi então que estabeleceu serviços de Psiquiatria em hospitais gerais. Atuou no Hospital Beneficência Portuguesa de Porto Alegre e no Hospital Alemão (atual Moinhos de Vento). Em 1937 voltou à direção do Hospital Psiquiátrico São Pedro e permaneceu até 1951, quando se aposentou. Foi um dos médicos fundadores e diretor do Sanatório São José em Porto Alegre. Foi Jornalista, na mocidade, tendo dirigido O Estado, Santa Maria (RS) em 1898, e O Brasil, Caxias do Sul (RS). Redator do Petit Journal, O Debate e O Rio Grande, Porto Alegre (RS). Foi Membro da Sociedade de Neuropsiquiatria do RS, que presidiu em 1939. Poeta e teatrólogo. É patrono da cadeira 34 da Academia Sul-Rio-Grandense de Medicina. Publicou: Psicopatologia Forense, Porto Alegre; Psiquiatria no Rio Grande do Sul, id, 1955. “Profilaxia mental”, Revista do Ensino do Estado do RS, Porto Alegre, n. 10, jun. 1940. Fingindo Pedra, revista em parceria com Maurício Cardoso, estreada pela Cia. Carlos Alberto no Teatro Coliseu, Porto Alegre. Entre as homenagens que recebeu, em Cachoeira do Sul (RS), há uma rua que leva seu nome. Quando da fundação da Academia Sul-Rio-Grandense de Medicina foi escolhido como patrono da cadeira trinta e quatro. Casou-se com Eulália Bicca de Almeida, com quem teve Jacinto (médico psiquiatra) e Luiz Felipe (clínico e cardiologista, professor da Faculdade de Medicina), Vanda e Carlinda.
FRANCO, Álvaro; RAMOS, Sinhorinha Maria. Panteão Médico Riograndense: síntese cultural e histórica. São Paulo: Ramos e Franco Editores, 1943, p.515.
https://www.ufrgs.br/famed/index.php/informacoes-academico-medicina/formados/71-1904-a-1930
http://academiademedicinars.com.br/cadeiras/jacintho-godoy-gomes/
https://www.clinicasaojose.com.br/clinica-sao-jose/