Natural de Pelotas (RS), 8 de abril de 1851 - 29 de setembro de 1933, em Jaguarão (RS). Filho de Antônio Gonçalves da Silva (Major) e de Maria da Conceição Barbosa Gonçalves. Diplomou-se em Medicina pela Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, em 1875. Posteriormente viajou para a França, cidade de Paris, onde fez residência. Além de cirurgião clínico, especializou-se em oftalmologia, tendo trabalhado no Hospital Necker e no Hospital Val de Grace, no qual foi chefe clínico. Atuou na Gazette des Hopitaux e na Revue de Medicine e Cirurgie, publicações especializadas em medicina, Paris (França). Em 1879, retornou ao Brasil e passou a exercer medicina em Jaguarão (RS). Auxiliou na criação do Partido Republicano Rio-Grandense e criou o jornal republicano da cidade “A Ordem”. Em 1884 foi eleito para a Câmara Municipal e, em 1891, foi eleito deputado à Assembleia Provincial por Jaguarão (RS). Nesse mesmo ano foi escolhido para presidir o Congresso Constituinte. Em 1893, o governador Júlio Prates de Castilhos nomeou Carlos Barbosa como primeiro vice-presidente do Estado. Com a morte de Júlio de Castilhos assumiu o cargo de governador. Nesta ocasião, o “castilhista-positivista”, Augusto Borges de Medeiros que permaneceu no cargo por longo tempo no governo do Estado e, sendo impedido de se reeleger, indicou Carlos Barbosa como seu sucessor, o que foi conseguido com uma votação consagradora sobre seu rival Fernando Abbott, que também era médico e político. Durante o governo de Carlos Barbosa, de 1908 a 1913, a Faculdade de Medicina de Porto Alegre deixou de sofrer hostilidades por parte dos poderes públicos. É obra de seu governo o prédio da Faculdade de Medicina, do Instituto Pasteur e a remodelação do Hospital da Brigada Militar. Implantou o cais do porto fluvial de Porto Alegre e do marítimo e Rio Grande, permitindo o atraque de navios de grande porte. Destaca-se ainda pelo início das construções do Palácio Piratini, que foi concluído em 1913, por Borges de Medeiros, e o monumento a Júlio de Castilhos, nesta mesma época. Em janeiro de 1913, entregou o poder a Borges de Medeiros e regressou a Jaguarão, exercendo sua medicina. Em 1920, retornou ao cenário político, sendo eleito Senador da República, assumindo uma cadeira no Senado Federal, na cidade do Rio de Janeiro, então Distrito Federal. Durante a legislatura, foi membro da Comissão de Diplomacia e Tratados do Senado. Em 1927 foi reeleito e assumiu a presidência da comissão. Renunciou ao mandato em 1929, por motivo de doença e retornou para a cidade de Jaguarão. Casou-se com Carolina Cardoso Brum, e tiveram os filhos: Euribíades Barbosa Gonçalves; Eudoxia Barbosa de Lara Palmeiro e Branca Barbosa Gonçalves.
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