Natural de Rio Grande (RS), nasceu em 7 junho de 1866. Filha de Francisco Lobato e Carolina Lobato. Estudou o primário em Areial, o secundário em Pelotas, sendo colega de Antonieta César Dias e no preparatório para ingressar na faculdade em Porto Alegre(RS). Mudou-se para o Rio de Janeiro com a família e inicialmente matriculou-se na Faculdade de Medicina desta cidade, onde estudou durante um ano, mesmo local em que seu irmão Francisco Lobato Lopes também cursava medicina. No Rio conheceu D. Pedro II quando de sua visita à Faculdade em 25 de outubro de 1884. Quando seu irmão se transferiu para a Faculdade de Medicina da Bahia, ela foi transferida juntamente. Chegou a Salvador acompanhada do pai em 14 de maio de 1885, bordo do Vapor Ceará [Diário da BA, 16/5/85]. Foram morar na rua Jogo do Carneiro no Distrito de Nazaré (Marquês de Barbacena). Na época a Faculdade funcionava no Terreiro dos Jesuítas. Rita se matriculou na segunda série médica. Na sala de aula sentava-se em uma cadeira especial defronte ao professor Formou-se pela Faculdade de Medicina da Bahia em 10 de dezembro de 1887, aos 21 anos, com a tese: “Dissertação Parallelo entre os méthodos preconizados na operação cesariana”. O registro do diploma encontra-se no livro 4º do Registro de Diplomas de Médicos e Farmacêuticos – anos 86-94 fls. 123 – 31 de julho de 1888. Na mesma noite, em sua residência no “solar do Sodré’, houve um elegante baile oferecido aos convidados. Em 20 de dezembro de 1887 a bordo do vapor alemão “Kronprinz Fried Willhem” deixa, acompanhada dos seus, a cidade de Salvador, rumo ao Rio Grande Foi a primeira mulher a diplomar-se em medicina no Brasil e exercer a profissão regularmente. Retornou ao Rio Grande do Sul, junto do pai e irmãos, para exercer sua profissão. Atendeu em Porto Alegre, com a especialidade de Moléstias de Senhoras e Partos, durante 1 ano e meio. Em 1889 casou-se na Estância Santa Vitória, arredores de Rio Pardo, com seu primo Antonio Maria Amaro de Freitas, mudando-se em seguida para Jaguarão, onde deu prosseguimento a clínica. Atividade interrompida em 1890. Teve uma única filha chamada Ísis. Em 1891 adquiriu uma estância (do Capivari) para onde se mudou com o marido e a filha recém nascida. Em 1910 retoma a vida de médica, visitando em Buenos Aires alguns Hospitais e fazendo alguns cursos. Ainda em 1910, depois das viagens, retorna a Capivari, nos arredores da cidade de Rio Pardo, onde dedica-se a clínica. De 1910 até 1925 praticou incessantemente a Medicina, fornecendo, por vezes, medicamentos e consultas gratuitas. Em 1925, aos 59 anos de idade, encerra sua vida profissional. No ano de 1934 se candidatou e foi eleita como Vereadora de Rio Pardo, sendo a primeira Vereadora mulher da cidade, ficando até 1937. Pertencia ao Partido Libertador. Presidiu um Comitê Feminino Pró-Candidatura Darcy Porto Bandeira a prefeitura de Rio Pardo. Considerava-se Federalista e Monarquista, como declarou à Revista do Globo, em 15 de abril de 1950. Faleceu no dia 06 de janeiro de 1954.
http://www.cienciaecultura.ufba.br/agenciadenoticias/noticias/primeira-medica-saiu-da-instituicao-em-1887/
https://revistas.pucsp.br/hcensino/article/viewFile/6435/5767
Jornal “A Federação”, Ano VI, 22 de julho de 1889, Nº 165, p. 1. http://memoria.bn.br/DocReader/DocReader.aspx?bib=388653&Pesq=%22Rita%20Lobato%20Velho%20Lopes%22&pagfis=4687 Acesso em 26 de janeiro de 2022.
LAITANO, Genaro; LAITANO, Nicolau; Ruas de Porto Alegre: MÉDICOS HOMENAGEADOS com seus nomes. Porto Alegre: EST Edições, 2017. p. 291-293.
https://osielnciodahistoriafeminina.wordpress.com/2019/01/11/rita-lobato-freitas/ Acesso em 26 de janeiro de 2022.