LUZARDO, João Batista

Natural de Salto, distrito de Uruguaiana (RS), 11 de dezembro de 1892 – em 01 de janeiro de 1982, Porto Alegre (RS). Filho de Severo Luzardo (coronel da Guarda Nacional) e de Margarida Aspestéguy. Estudou no Ginásio Santana, em Uruguaiana(RS), posteriormente no Colégio Marista Santa Maria, em Santa Maria (RS) e no Ginásio Júlio de Castilhos, em Porto Alegre (RS), onde concluiu o curso de preparatórios em 1911. Iniciou seus estudos em Medicina na Faculdade de Medicina de Porto Alegre, Diplomado na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, em 1916, defendendo a tese “Da responsabilidade criminal no direito penal brasileiro”. Também se diplomou Bacharel em Ciências Jurídicas e Sociais pela Faculdade Livre de Direito do Rio de Janeiro, em 1918. Participou, de 1917 a 1919, do combate à peste bubônica e à gripe espanhola, que assolaram o Rio de Janeiro. Em 1919, retornou a Uruguaiana (RS) e iniciou sua carreira médica. Em janeiro do ano seguinte, abriu um consultório. Em fevereiro, foram detectados sinais de peste bubônica em Uruguaiana (RS). Confirmado o surto da doença, dedicou-se intensamente a combatê-la, aproveitando a experiência obtida no Rio de Janeiro. Organizou o serviço de visitação sanitária domiciliar, entrando em contato pessoal com praticamente todas as famílias da cidade e tornando-se muito popular. Em junho de 1922, Luzardo fundou, juntamente com Fernando Orcy, uma Policlínica em Uruguaiana. Também desempenhou as funções de diretor do Jornal “A Nação” de Uruguaiana (RS) de orientação federalista. Em novembro de 1922, foi preso por Flores da Cunha em virtude do violento editorial que escreveu protestando contra a prisão de alguns federalistas, mas foi logo libertado graças à intermediação de Sérgio Ulrich de Oliveira, um dos dirigentes republicanos da cidade. Foi vice-presidente do Partido Libertador do RS. Foi deputado federal pelo RS de 1924-1930; 1935-1937 e 1946-1950. Participou das revoluções do Rio Grande do Sul, tendo acompanhado Borges de Medeiros em 1932, quando teve de exilar-se. Foi Chefe de Polícia do DF, na época, Rio de Janeiro. Exerceu o cargo de Embaixador do Brasil no Uruguai e depois Embaixador na Argentina. Em 1954 foi nomeado presidente da Caixa Econômica Federal. A partir de 1960, passou a se dedicar exclusivamente aos seus negócios de pecuária bovina em suas estâncias, que se estendiam pelas duas margens da fronteira Brasil-Uruguai, em Uruguaiana (RS). Membro do Partido Federalista. Recebeu homenagem da Ordem Nacional do Mérito e do Conselho Superior da Sociedade Nacional de Agricultura, Rio de Janeiro, 1969. Publicou: Da Responsabilidade Criminal no Direito Penal Brasileiro, tese de formatura, Rio de Janeiro. A Revolução do Estado do Rio Grande do Sul em 1924, discurso em 21 nov. 1924, id, Imprensa Nacional, 1924. Publicou artigos políticos em A Nação, jornal que dirigiu em Uruguaiana. Oração de Paraninfo, na formatura da turma de 1967 da Escola Técnica da Agricultura Dr. João Simplício Alves de Carvalho, P. Alegre, 28 dez. 1967. Na década de 1970, apareceram dois volumes de Memórias do autor, escritas pelo jornalista Glauco Carneiro. Casou-se com Adelaide Inda Luzardo, com quem teve três filhos.

FRANCO, Álvaro; RAMOS, Sinhorinha Maria. Panteão Médico Riograndense: síntese cultural e histórica. São Paulo: Ramos e Franco Editores, 1943. p. 526-527

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