Natural de Porto Alegre (RS), 5 de julho de 1922 – 18 de setembro de 1996, no Rio de Janeiro. Filho de João Cândido Maia Filho e Luísa Fonseca Maia. Estudou no Ginásio Anchieta, em Porto Alegre, até 1937; e Colégio Estadual Júlio de Castilhos, curso científico. Diplomou-se em Medicina pela Faculdade de Medicina de Porto Alegre, em 1947. Tornou-se escritor, destacando-se principalmente como jornalista político e radialista. Ao longo de 20 anos de atividades, trabalhou no jornal Diário de Notícias (1944), dirigiu os jornais A Hora (1954) e Diário da Noite (1957), trabalhou na MPM propaganda (1960), foi diretor-presidente do semanário Panfleto e articulista da revista PN, de orientação nacionalista (1964). Também foi diretor da Rádio Mayrink Veiga, RJ de 1963-64. Em 31 de março de 1964, o movimento político-militar culminou na deposição do então presidente da república, João Goulart, e na instauração de uma ditadura militar no país. Nesse mesmo dia, o pronunciamento de um discurso redigido por João Cândido foi considerado agressivo pelas forças armadas, fato que teria motivado a invasão e extinção da rádio no dia seguinte. No mesmo ano foi aberto um Inquérito Policial-Militar (IPM) para apurar as “atividades subversivas” da Mayrink Veiga, que era acusada pelos militares de incitar a luta de classes sociais e a luta entre e contra as forças armadas. Após o ocorrido, João Cândido refugiou-se na embaixada do Uruguai e logo depois exilou-se neste país, onde permaneceu até 1968, atuando em Montevidéu como jornalista. Retornou ao Brasil no final de 1968 e voltou a trabalhar na agência de propaganda MPM. O IPM instaurado em 1964 acabou resultando no pedido de seu julgamento em abril de 1967 e na posterior condenação a três anos de prisão em 1969. Desde a decisão da justiça, manteve-se na clandestinidade, escondendo-se no próprio estado do Rio de Janeiro. Com base nos artigos 14 e 33 do Decreto-Lei nº 510, de 1969, um novo processo foi aberto pela Justiça militar em abril de 1970 para denunciar João Cândido pela publicação do livro Brasil: Guerra quente na América Latina, publicado em 1965 e em livre circulação até 1969, ano em que foi apreendido pelos militares. Julgado em setembro de 1970, acabou sendo absolvido dessa acusação em 1972. Foi cronista, sociólogo e ensaísta. Membro da ARI. Integrou, na fase acadêmica, o Teatro do Estudante do RS, em Porto Alegre. Publicou: História do Rio Grande do Sul: Legendas em quadrinhos. 1962, Ilust. Cooperativa de Trabalho Editora Ltda, Porto Alegre; Guerra quente na América Latina (ensaio), Ensaio político, 1965, Editora Civilização Brasileira, Rio de Janeiro; Homem e progresso: a vida de A. J. Renner (biografia), Porto Alegre: Liv. Sulina Editora, 1963; Coluna Por Um (crônicas). GERNASA – Gráfica Editora de Revistas Nacionais, Rio de Janeiro, 1963. Casou-se com Regina Guaragna Maia.
http://www.fgv.br/cpdoc/acervo/dicionarios/verbete-biografico/maia-neto-joao-candido